segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Defina AMOR





Melissa não acreditava no amor.


"O que é o amor?" - perguntava Mel para Lini


"Sei lá, Mel. Não sei pq você fica se questionando isso."


Lini não entendia que Mel gostaria de entender cada detalhezinho do ser humano, cada pq de cada ação e cada pq de aquilo existir.

Mel era uma eterna indagadora a la São Tomé.

"Você deve ter sido uma criança bem difícil, Mel. Eita! Que dó dos seus pais quando você os metralhava de perguntas capsiosas. Benze, Mel. Se benze, pq quando chegar a sua vez (risos) eu quero ver (risos)."

Mel ficava indignada com esse tipo de pessoa.

"Como tem cabeça pequena, meus Deus! Será que as pessoas não percebem que se questionar é um modo de crescer?"

Mel entendia que ninguém podia se saciar com tão pouco. O importante era ter um desejo insaciável por conhecimento.

E o AMOR é desconhecido pela maioria das pessoas

Procurou na internet definições de amor, perguntou pra todos que conheciam o que eles achavam que era o amor. Ouvia músicas, via filmes e percebia que esse era apenas um bom sentimento pra vender DVDs, CDs e livros.

Que era um comércio, que era algo extremamente explorado, mas não explicado.

Até que sua mãe notando que a filha estava mais incomodada com esse assunto do que normalmente fica, solta uma frase que fez algum sentido pra Mel, mesmo sendo algo genérico e indefinido:

O amor não se define, mas se SENTE. É como a saudade. Você sabe o que é apenas por sentir.

Essa subita confusao
Essa louca cosquinha
desordenando o meu coraçao

Essa vontade de nao sei o que
que me atrapalha derepende
e perco a razao quando olho pra voce

O certo e que sempre com voce me passa igual
do seu pensamento ao meu vazio descargas de eletricidade

Eu nao sei se e amor
mais eu acho que e
o relogio para
quando esta junto a mim
Essa revoluçao que ja nao sei controlar
Eu nao sei se é amor
e vou averiguar de uma vez

Te quero,te quero
Eu acho,que sim é amor
Parece,as vezes
Parece,que sim é amor


Ligou o rádio e divagava enquanto ouvia a música.

"E quer saber? Eu sinto e nem sabia."

De repente, vem a imagem de Tião, seu namorado.

"Como a resposta estava no meu nariz. Deveria ter perguntado primeiro ao meu coração e não ao meu cérebro."

Amandinha vs. LoÇaum




Amandinha também era chamada de Mandy, Manda ou Amandita´s.

Na faculdade onde estudava tinha um "nome": LoÇaum.

Às vezes LoÇaum ficava perdida por não saber quem era.

Apenas sabia que Manda era uma outra pessoa e LoÇaum era outra.

Amanda conseguia esconder todos os medos, sua baixa auto-estima e suas inseguranças por trás da graduanda LoÇaum.

LoÇaum bebia, ria, conversava com todos, era linda, ficava com muitos meninos e muitos outros a desejavam.

Quando voltava pra sua cidade (alguns finais de semana) LoÇaum virava Amanda e Mandy se perdia nos seus anseios (já que eram camulhados pelo seu outro "lado").

"Amandinha, querida, vem. Vem, amor, que o almoço tá na mesa." - Gritava jeitosamente sua mãe.

Ela gostava desses agradinhos, mas ao mesmo tempo isso a irritava profundamente.

"Puxa, manhê. Não gosto de ter horário de final de semana pra nada. E pára de me tratar como se eu fosse sua filhinha."

"Quer saber, Amanda Josiane (sim, ela tinha nome duplo!E, sim! Era horripilante)? Acho que a faculdade está fazendo mal pra você. Acho que deveria parar com isso, sabe? Pra quê raios você vai se formar? Podia muito bem me ajudar na lojinha de roupas e biju. Gasta nosso dinheiro e ainda volta desse jeito."

Amandita´s levanta calada, pois já sabia decor e salteado a ladainha de sua mãe, e vai pro clube da cidade, onde sabia que podia encontrar Liliane e a turminha.

Gostava muito de Lily, mas ficava triste em perceber que ambas seguiam caminhos muito diferentes e isso refletia no modo como cresciam, amadureciam e pensavam.

Percebia que cada vez mais se identificavam menos.

Já não se sentia mais pertencente àquela cidadezinha.

"Quando eu me formar, o que será de mim? Pra cá não volto nem m-o-r-t-a."

Enquanto Amanda cada vez mais desaparecia em LoÇaum, LoÇaum cada vez mais se perdia.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Idol...?




Na aula de inglês Licinha se depara com uma questão aparentemente boba, mas que pra ela foi difícil de responder.

Who is your idol?

"Vixi, Maria! Meu ídolo?

Mas, na verdade, o que é um ídolo?

Posso considerar qualquer coisa um ídolo?"

E chegou sua vez de responder e ela calada, olhando pra janela e perdida em si. Escuta bem ao fundo uma voz rouca e quase conhecida...

Licinha...it is your time to answer

"O quê? What? Que é que foi? How? Ahãm? Professor...érrr...teacher!"

Licinha, pay attention, please! Wake up now!!

"Ok! Sorry!! Ask again, please!"

Idol, who is your idol?

Licinha não imaginava quem seria essa pessoa. É uma pergunta difícil.
Sabia que a maioria das pessoas falaria um ator lindo, um cantor estonteante ou um modelo maravilhoso. Mas ela não tinha idéia de nenhum que poderia considerar ídolo. Acreditava que era muito superficial escolher esses tipos de pessoas.

O professor e a classe a olhavam e não compreendiam como ela poderia enrolar tanto para dar essa resposta.
O mais irritado com a situação solta: "Vai, Licinha. Pega no tranco, minha filha. Inventa um Zé Mané pra ser seu ídolo e vamos continuar a aula. Eita!"

No, no, no, Marcelo. In english, please! - retrucava o professor, que no fundo concordava com o aluno, mas, claro, que em inglês.

Depois da aula Licy (o apelido do apelido, já que se chamava Alice) foi pesquisar tanto em campo (com seu namorado, suas amigas, sua família e as pessoas do trabalho) quanto em textos O QUE É ÍDOLO?

Percebeu que o tema é bem abrangente. Um ídolo pode ser um santo, uma pessoa qualquer, um artista, um jogador e chegou a ver que até coisas eram consideradas como ídolo (uma estátua que é venerada).

A palavra ídolo era muito forte:

Uma pessoa que você venera e adora ACIMA de TUDO.

Chegou a ver um comentário que seria: É uma estupidez que mantém as pessoas ocupadas e perdendo tempo.

Ídolo vem do verbo IDOLATRAR.

Quem seria seu ídolo?

A arte de se relacionar...



Joana começa a rolar na cama e percebe que irá demorar muito pra dormir.

Jo deita e olha pra mesinha, que estava cheia de livros. Pega um deles e começa a lê-lo.

"Nossa!! Realmente o livro caiu como uma luva..."

O assunto era sobre relacionamento e ela mergulha nas palavras.

Lê o tópico: "A arte de dar e receber na mesma medida".

"É algo tão difícil de ser ver: um casal que tenha equilíbrio nessa arte. Precisam ser artistas, ou melhor, malabaristas, contorcionistas..." E ria sozinha enquanto os demais dormiam. Ou quem sabe sonhavam...

Passou pro próximo capítulo enquanto comia cada sílaba do livro: "O relacionamento livre de amarras".

"Xiiii..aí piorou..."

Lia e deglutia o assunto: "os parceiros podem se ver como donos. Às vezes os dois, em momentos diferentes."

E continua: "Vivemos em uma prisão emocional. A dificuldade de nos soltarmos vem do sentimento de vazio e temos medo de perder novamente. Esses sentimentos de vazio e de perda, na verdade, são ilusão, fruto de traumas passados. Para nos livrarmos disso temos que nos preencher de atitude de liberdade. Temos que libertar o outro, mesmo com o risco de perdê-lo."

Jo viaja em pensamentos. Cada palavra do livro tenta adequar à sua realidade.

Percebe que tem seus erros, tem suas inseguranças e seus medos.

O medo nos fecha numa prisão interna. Vivemos num mundo com grades transparentes ou camufladas. Pensamos ver o amanhecer de cada dia, mas na verdade, apenas vemos parte desse começo de dia lindo.

"Como nos livramos disso? Como mudar e rápido?"

Em certos relacionamentos há a necessidade de ambos melhorarem e se adequarem. Na verdade temos que lembrar que são duas pessoas, com cultura, pensamentos, crenças, hábitos e experiências diferentes que passam a conviver juntas.

"Porque duas pessoas diferentes decidem ficar juntas? E se elas estão juntas, mas sempre têm "choques" estressantes?"

De vez em quando vemos pessoas que nitidamente não combinam e não terão um futuro harmonioso, mas que continuam entre trancos e barrancos durante anos.


"Porque as pessoas fazem isso com elas mesmas? Sofrem em nome do amor?"

Joana percebe que não está mais lendo o livro, mas divagando.
Olha o relógio e nota que entre ler o livro e navegar em pensamentos já passaram horas e horas.

"Meu Deus. Se eu fosse paga pra pensar tanto...seria bilionária. Eu tenho é que dormir. Amanhã é que será a labuta real de todo dia. E haja coragem pra isso."

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lá está ou já esteve?



Lá está Ângela...anjinho ou será já um trambolho?

Com 30 anos passados, está ali perdida.

Vem em sua mente aquela famosa frase de Chapolin: E AGORA? QUEM PODERÁ ME AJUDAR?

Anjinha cai em si e vê que sua vida é real e na REALIDADE mais crua e nua da coisa a muleta emocional não existe.

Ninguém irá te ajudar a não ser você mesma, Ângela.

Um anjo ou um demônio da falta de esperança?

Ouve uma música do Bon Jovi e se identifica: IF I JUST BELIEVE IN ANGELS...

Desacreditada de tudo, desata a chorar enquanto dirige. Para esconder seus olhos marcados de tristeza e suas lágrimas que marcavam aquele estado inanimado...apenas dirigia sem rumo...já que não via mais caminho a percorrer.

Faz tempo que luta do seu jeito. Faz tempo que está cansada. Faz tempo que está perdida.

É capaz de um ser humano se achar?

Será ela capaz de se achar? Sinceramente eu não acho, Ângela. Quer saber? Te venci me PERDENDO mais do que você PODERIA.

Se pergunte...UM DIA já conquistou algo?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Tome um cafezinho e um pouco de pessimismo





"Hoje acordei com o pé esquerdo".


O barulho do celular berra avisando que uma mensagem estava fresquinha para ler.

E lá Renata, com cara amassada, olhos inchados, por outra noite de insônia, sai do sono mal dormido e vai conferir a maldita mensagem.

Que interessante, era a fatura do celular, que atravessou como uma navalha bem afiada no seu bolso (e quem sabe coração e consciência).

Levantou "ótima", depois de uma notícia legal e decidiu se olhar no espelho.

"Que ótima sensação de homicídio de minha auto-estima".

Foi se arrastando até a sala e de cara viu em cima da mesa o jornal aberto na parte de horóscopo e bum, já a avisava pra tomar cuidado com a parte financeira, fora outras atrocidades que aquele dia esperava.

Tomou o café-da-manhã meio dormindo. Esperava que aquele dia não fosse tão ruim quanto o horóscopo dissera.

Ainda de pijama, resolveu mergulhar no computador para terminar os trabalhos pendentes. As horas voaram e já era quase horário do almoço.

O telefone se contorce de tanto gritar e ela atende.

"Sim...sou eu"
"Não acredito...mas...do que?"
"Nossa...ok...obrigado por ligar!"


Uma pessoa havia morrido a noite anterior, o enterro já ocorrera de manhã. Era uma conhecida querida.

"Como aquela pessoa morreu? Estava melhorando, estava bem, consciente, sorrindo e cheia de esperança."

"Porque as pessoas antes de morrer melhoram?"

Uma somatória de sentimentos a invadiram e Renatinha capotou de todas as formas.

Mais tarde, para completar o dia brigou com o Tinho (apelido de Renatinho) via fone mesmo.

"Eita, que hoje eu acordei com a maledeta Lady Murphy (ou a senhora Morfética mesmo)."

Ligou para Andreza, sua melhor amiga e vomitou ao telefone:

"Sabe quando você se encontra numa situação que OU não tem pra onde correr, OU sabe que tem tanto lugar pra correr, que não sai do lugar. Isso, porque você sabe que nem todos os caminhos são bons e que alguns farão OU você retornar àquela situação inicial OU te afundam mais ainda."

Dreza, conhecendo a amiga dramática, tenta dar um chacoalhão via telefone mesmo: "Eita, miga! Pára com isso. Não mergulhe em pensamentos ruins. Não se entregue assim. Você não ganha nada. Se prenda nas coisas REAIS e nas coisas que ainda valem a pena. Eita. Sacode a poeira."

Tinha (chamada assim pelo fato de namorar o Tinho) continuava, como se Dreza não tivesse falado nada:

"Não tem dias que parece que você está há anos correndo atrás do seu rabo como um cachorro que acha que está caminhando, mas apenas está se enganando?"

Dreza entra no jogo e tenta fazer a amiga pensar: "Que tipo de vida é a minha...e qual é a sua? A de um cachorro OU a de um urso que hiberna e que em poucas vezes sai da sua toca pra viver?"

Tinha se cala por muito tempo perdida em si...

domingo, 2 de novembro de 2008

Domingo...


"Lu, qual a origem da palavra domingo?"

"Nossa, Leila, nem dá bom dia e já me vem com essas suas perguntas?"

"Alguém acordou mal-humorado, credo. É que domingo é um dia tão lerdo...tudo o que tenho vontade depois que eu levanto é voltar pra cama e despencar!"

Luciano nem quis responder, mas não aguentou: "Leila, volta a dormir então!"

"Mas, Lu, já parou pra pensar que domingo é um bom dia pra ir numa rede e ficar cochilando...depois acordar novamente, ouvir os passarinhos, olhar o céu e fechar os olhos novamente, enquanto as horas acabam e você faz um belo esforço pra esquecer que amanhã é segunda feira!?"

"Você não vai parar mesmo de falar, né? Puxa, Leila, não te entendo. Fica acordada falando de dormir. Acorda, mulher! Ou dorme de vez. Ou melhor, me deixa dormir."

"Lu, nunca dá pra conversar com você. Dia de semana trabalha o dia inteirinho, sábado foge pro trabalho também. Tenho só hoje pra jogar papo fora com você. Por acaso quer que eu fale de trabalho? Será que aí você conversaria comigo? Hein?!"

"Que horas são, Leila?"

"Perae...são 9:30!"

"Você combinou alguma coisa com a sua irmã de eles virem tomar café da manhã com a gente? Porque você tem essas manias. Sabe que não costumo gostar de combinar nada de domingo...gosto de sair, mas não combinar HORÁRIO."

"Nem vou te responder, senhor resmungão!"

"Ok, Leila, façamos do seu jeito. O que você acha bom no domingo?"

Ela estala um sorriso enorme e toda meiga responde:

"É um ótimo dia pra sair com o companheiro, pra tomar um suco bem gelado, ou qualquer coisa que agrade...enquanto fica morgando e olhando pras pessoas e movimentos, sem nada pensar! Você sabe que eu tenho a capacidade de ficar olhando pro "nada" sem pensar em NADA mesmo. A cabeça fica simplesmente vazia, inerte. É como se eu dormisse, mas sem sonhar, acordada."

"E viva o domingo e arf que amanhã é segunda e tudo começa de novo...num ciclo interminável!" - fecha Luciano o pensamento.

sábado, 1 de novembro de 2008

Num cemitério e devaneios



Passeando em um país desconhecido, Layla vai ao cemitério! Ela ficou encantada (estranho falar isso, né?).Caminha nas ruas daquela "cidade cemitério" e vê os dizeres de Santo Agostinho...
"Tem muitas coisas que não sabemos lidar." - pensa

Decide perguntar para Analiz : Quais são as coisas que você não sabe?

"Sei, lá, Layla. Tem umas que são as top 10..rs!Dentre elas a morte, a doença em família, o desemprego e assim por diante. Eu...não sei lidar com perdas."

E Lá (para os mais íntimos) concorda: "Também não aguento despedidas de qualquer natureza."

"Verdade, Lá, acho horrível, você não sabe o que fazer, o que falar, o que achar e sente um vazio gritante dentro do peito."

Layla olha para o céu, olha para os túmulos e divide com a amiga parte de seus devaneios: "Olha, Liz, parece que com a morte, bem...você começa a pensar que tinha tanta coisa pra fazer e pra falar para a pessoa. Como um EU TE AMO, um DESCULPE."


Liz começa a lembrar de uma música: "Tem aquela música que as pessoas cantam e provavelmente nem pensam a respeito, apenas a reproduzindo:

É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Pq se vc parar pra pensar na verdade não há..

Layla escuta a amiga, que acompanha suas viagens e complementa:

"O legal é a continuação da música que mostra que somos um grãozinho de areia perto de todo o mundão que existe...que somos apenas uma gotinha d´água nesse mar de gente!Já pensou nisso?"